O Magnata pai de trigêmeos

Capítulo 11



Capítulo 11

Entretanto, Anthony, sabia que Anne, seu animalzinho de estimação, espiaria o interrogatório, ele não estava tentando matar o homem. Estava apenas fazendo um show para ela!

Anne parou na beira da avenida e olhou para frente, com a visão embaçada, lutando para não desmaiar e, nesse momento, um táxi estacionou, praticamente em frente a ela, para deixar um passageiro. Sem hesitar, Anne entrou no veículo.

Assim que fechou a porta, olhou para o motorista e disse: This content belongs to Nô/velDra/ma.Org .

― Para a delegacia, por favor. ―

Sem dizer nada, o motorista ligou o motor e começou a dirigir.

As mãos de Anne, apoiadas nos joelhos, tremiam. Ela precisava buscar proteção e, mesmo que não pudesse deixar Luton, tinha que expor a crueldade de Anthony, pelo menos.

O táxi parou e Anne saiu correndo.

A delegacia estava iluminada, mas ninguém parecia ter notado quando a jovem entrou, embora ela parecesse um cervo perdido na floresta e estivesse com as roupas rasgadas e molhadas.

Anne caminhou para o balcão de atendimento, enquanto olhava para todos os lados, com medo. Enquanto aguardava o atendimento, seus olhos percorriam as paredes do local, até encontrar um certificado, agradecendo uma empresa por ter feito uma doação enorme, permitindo a compra de equipamentos modernos para a delegacia. O que chamou a atenção de Anne foram as palavras ‘Grupo Arquiduque’ no final do documento.

Alguns minutos depois que Anne entrou, o oficial de plantão finalmente a notou e se aproximou. Ele a olhou da cabeça aos pés e percebeu que ela estava encharcada e com metade do rosto inchado. O policial perguntou, solicito:

― Você foi agredida? ―

― Eu o quê? ― Anne parecia não o ter ouvido e apontou para o certificado, com o dedo indicador.

O policial olhou para trás e identificando o quadro, comentou:

― Todos os carros de polícia foram patrocinados por eles. Você precisava ver as viaturas que usávamos antes! Era um monte de sucata. O Grupo diz que manter Luton segura, faz bem para todo mundo. Cada delegacia de polícia tem um certificado desses ― então o homem se debruçou e falou, em tom de voz que indicava uma conspiração ― além do que, fazer uma doação dessas faz com que nem a polícia queira investigá-los, não é? É melhor você não mexer com eles! ―

― Manter Luton segura… não mexer com eles… ― Anne ouviu isso e seu rosto ficou mais pálido.

Portanto, eles a prenderiam por ser louca, se denunciasse Anthony?

― Então, vamos fazer seu boletim de ocorrência? ―

Anne balançou a cabeça vigorosamente e respondeu:

― Não… mudei de ideia. ―

E, dizendo isso, virou o corpo e saiu da delegacia.

O policial de plantão a achou estranha, mas não se incomodou mais com aquilo.

Anne desceu a escadaria, em frente ao edifício, com a cabeça baixa e lágrimas caindo de seu rosto. Sua esperança murchou como um balão e ela sentiu sua esperança se quebrar completamente, cedendo ao medo, desamparo e dor.

Ela não tinha como fugir e ninguém poderia ajudá-la.

Anthony tinha tanto poder que, mesmo que a matasse, ninguém faria nada contra ele.

Anne olhou para cima e seus olhos marejados se fixaram no Rolls Royce preto estacionado. Apesar de ter uma delegacia logo atrás dela, mesmo assim, ela não se sentia segura. A única opção era o abismo que se estendia diante dela. Que outra escolha existia?

A porta do carro estava fechada e o vidro preto a impedia de ver se havia alguém dentro. No entanto, ela tinha quase certeza de que Anthony estava lá. Anne podia sentir a pressão do olhar sinistro sobre ela. A jovem hesitou e caminhou até o carro, com medo.

O segurança saiu e abriu a porta.

Anthony estava sentado languidamente, no banco traseiro. Ele olhou para a jovem como uma víbora que acabava de encontrar sua presa. Sem questionar, Anne mordeu os lábios e entrou.

A porta se fechou e o carro partiu.

― Eu pensei que você tinha prometido que não fugiria mais! ― Anthony agarrou o rosto da jovem e pressionou contra o assento.

Anne franziu a testa, com dor.

― Você queria me denunciar? Funcionou? ―

― Não… não, eu vi você machucando alguém, e fiquei chocada. Eu queria buscar proteção e nada mais… ―

― Ninguém, nessa merda de cidade, pode protegê-la. Aqui, eu sou o rei! ― Os olhos de Anthony se tornaram sombrios e sua voz baixa era intimidante.

Anne ficou chocada e surpresa ao responder:

― Eu… eu sei… ―

Anthony aliviou o aperto e se sentou, ereto. Ele exalava um ar opressor.

Anne encostou-se à porta, com os olhos fixos na paisagem. Ela tinha lágrimas nos olhos, presa na atmosfera mortal.

Quando chegaram à Mansão Real, era quase meia-noite.

Anne tirou as roupas encharcadas e ficou embaixo do chuveiro quente. Sua pele macia ficou avermelhada. Completamente recuperada das erupções causadas pelos frutos do mar, a pele da jovem era linda.

Sem perspectiva de futuro, Anne não se sentia bem, mas sabia que tinha que seguir em frente. Ela tinha três filhos para cuidar e não podia desistir antes de voltar para eles.

Anne sabia que estava em desvantagem. Afinal, ela não podia desobedecer a Anthony e nem o ofender. O que precisava era conquistar a confiança de seu captor e aguardar uma oportunidade para fugir.

Ela acariciou a longa cicatriz de cesariana, em sua barriga. Sem dinheiro, na época da gravidez, a jovem fez o parto em um hospital universitário e, sem experiência, o médico residente acabou deixando uma cicatriz mais proeminente do que o necessário.

O que, por um lado, era uma vantagem, afinal, se Anthony a questionasse, ela poderia argumentar que se tratava de uma marca de facada e inventar uma história a respeito, mantendo suas crianças em segredo.

Na verdade, Anne queria mesmo era ir a uma clínica estética para consertar a cicatriz e garantir que Anthony jamais saberia de seu passado.

Pensando nessas coisas, Anne se deitou e dormiu profundamente.

Quando a criada entrou em seu quarto, no dia seguinte, descobriu que Anne estava com febre alta.

Não muito tempo depois, Kathryn recebeu uma ligação, pedindo que fosse tratar de um paciente, na Mansão Real. A médica ficou surpresa ao saber que se tratava de uma mulher e pensou “Desde quando uma mulher mora na Mansão Real? Será que é aquela mesma jovem que Hayden trouxe no outro dia?” Sem questionar, pegou sua maleta e partiu apressada para a Curva.

Anthony sempre foi insensível e cruel. Era um choque saber que uma jovem de aparência frágil vivia com ele. Kathryn sorriu com tristeza, enquanto colocava a intravenosa em Anne, antes de sair do quarto.

Hayden, que estava esperando do lado de fora, perguntou:

― Como ela está? ―

― Sua temperatura caiu, mas ela ainda está instável e precisa ser mantida sob observação ― disse Kathryn.

― Tudo bem ― disse Hayden.

― Esta é a primeira vez que vejo uma mulher morando aqui ― comentou Kathryn.

Hayden pensou um pouco e também concluiu que Anthony nunca tinha levado nenhuma outra mulher.

― Quem bateu no rosto dela? ― Kathryn perguntou, de supetão.

― Não tenho certeza ― Hayden ficou surpreso com a pergunta à queima roupa que, mesmo sendo um homem discreto, teria respondido a verdade se a soubesse, mas, de fato, ele não fazia ideia.

Kathryn não fez mais perguntas. Ela sabia que havia alguma coisa errada acontecendo ali, mas não tinha como ser mais incisiva, sem chamar atenção. “Uma linda jovem, praticamente uma menina, em idade de estar fazendo faculdade, apareceu na Mansão Real. Como se isso já não fosse estranho, ela teve duas emergências médicas em um curto espaço de tempo e essas marcas em seu rosto e pescoço, nitidamente são resultado de agressão física.”

No entanto, isso era assunto de Anthony e a médica não arriscaria se indispor com seu benfeitor.

No terceiro dia, Anne finalmente abriu os olhos, sentindo a cabeça pesada.

― Como você está? ―

Anne virou-se para ver a expressão afável no rosto de Kathryn.

―Estou bem… ―

Sua voz estava rouca e ela franziu a testa de dor.

Kathryn entregou-lhe uma bebida, com um canudo.

Anne tomou dois goles e disse, apática e abatida:

― Obrigada. ―

― De nada. ―

― Quanto tempo eu dormi? ― Perguntou Anne.

― Você ficou inconsciente por três dias. Mas, parece bem agora. ―

Anne olhou pela janela, sem saber o que pensar.


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